Apesar de se ouvir falar cada vez mais sobre a gravidade do “câncer de pele” muitas pessoas, principalmente nessa época do ano, ainda se expõem ao sol nos horários de pico, e sem nenhuma proteção. O sol, um dos responsáveis pela vida na terra, também é o grande causador do melanoma e do não-melanoma, os cânceres de pele mais comuns.
O câncer da pele é comumente divido em não melanoma (carcinoma basocelular ou carcinoma epidermoide) e melanoma.
O câncer de pele não melanoma é o mais incidente no país, correspondendo a 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Apresenta altos percentuais de cura, se for detectado precocemente. Entre os tumores de pele, o tipo não-melanoma é o de maior incidência e mais baixa mortalidade. A maior incidência deste tipo de câncer de pele se dá na região da cabeça e do pescoço que são justamente os locais de exposição direta aos raios solares.
Já o melanoma, responsável por aproximadamente 5% dos casos de câncer da pele, apresenta uma alta letalidade, principalmente pela sua alta capacidade de desenvolvimento de metástases.
O câncer de pele, em geral, é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, sendo relativamente raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas anteriores. Pessoas de pele clara, sensível à ação dos raios solares, ou com doenças cutâneas prévias são as principais vítimas.
Câncer de pele não é brincadeira, mas muitas pessoas ainda estão se submetendo a exposição dos raios UV por uma pele bronzeada, com a marquinha do verão. O problema é que essa marquinha, em alguns anos, pode perdurar, e se transformar em algo sério e perigoso.
Por isso, prevenir ainda é o melhor remédio, junto com a conscientização de que é possível aproveitar o verão, sem perder saúde.
Prevenir é simples
Para prevenir o câncer de pele proteger sua pele contra a radiação solar por meio da utilização de filtros solares (FPS 15 ou mais), roupas adequadas e acessórios protetores como camiseta, chapéu, guarda-sol e óculos escuros.
A recomendação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) é evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h, período em que a radiação UVB é mais intensa. O protetor solar deve ser usado diariamente, mesmo em dias nublados e frios. No entanto, uma pesquisa divulgada pela entidade revela que o produto não é usado no dia a dia por 63% dos brasileiros.
A tecnologia a nosso favor
Já existe no mercado um smartphone (Galaxy Note 4) com aplicativo de sensor ultravioleta que mede a radiação solar e a divide em 5 níveis: baixo, moderado, alto, muito alto e extremo. De acordo com o nível ele informa quais medidas devem ser tomadas para proteger sua pele e evitar danos a saúde.
Projeta suas crianças
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que dos 6 meses até um ano de idade, as exposições solares sejam curtas, antes das 10h ou depois das 16h, e sempre com o protetor solar.
Dos 6 meses aos 5 anos use filtros solares para a idade pois eles têm substâncias não prejudiciais à pele. Esteja atento, e reaplique sempre que necessário.
A exposição constante ao sol, tem efeito cumulativo na pele, por isso a proteção deve ser feita desde cedo.
Isso não significa privar seu filho de banho de sol, que aliás, é através dele que recebemos vitamina D, indispensável para a manutenção do tecido ósseo, ela também influencia consideravelmente no sistema imunológico, sendo interessante para o tratamento de doenças autoimunes, como a artrite reumatoide e a esclerose múltipla, e no processo de diferenciação celular, a falta deste nutriente favorece 17 tipos de cânceres.
Detecção precoce
O autoexame e o exame clínico são fundamentais para a detecção. Entretanto, o exame clínico da pele deve fazer parte do exame físico de rotina, mesmo que sua queixa não esteja relacionada à saúde da pele.
Pessoas com pele clara, trabalhadores rurais, pescadores e outros profissionais com alta exposição à luz solar devem estar atentos a qualquer sinal ou lesão diferente.
Mas em geral, fique atento(a) aos sinais de transformação de um “sinal” em melanoma (ABCD):
- Assimetria: uma metade diferente da outra.
- Bordas irregulares: contorno mal definido.
- Cor variável: várias cores (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul) numa mesma lesão.
- Diâmetro: maior que 6 milímetros.
As queixas mais comuns relacionadas ao câncer da pele são:
- Mancha que coça, dói, sangra ou descama.
- Ferida que não cicatriza em 4 semanas.
- Sinal que muda de cor textura, tamanho, espessura ou contornos.
- Elevação ou nódulo circunscrito e adquirido da pele que aumenta de tamanho e tem aparência perolada, translúcida, avermelhada ou escura.
Essas informações não substituem uma consulta médica. Procure sempre uma avaliação pessoal com um médico da sua confiança.