Ultimamente a cirurgia plástica tem alcançado grande divulgação e com o aumento do número de procedimentos cirúrgicos e das informações a seu respeito surge a necessidade de oferecer às pacientes novas formas de suportar melhor e com mais qualidade o pós-operatório e evitar possíveis complicações.
Como já havíamos falado aqui em um dos nossos posts mais acessados: Uma complicação muito comum após um procedimento cirúrgico é o Seroma. Ele é um problema que pode afetar qualquer pessoa que tenha realizado uma cirurgia plástica. O Seroma é uma complicação pós-cirúrgica que consiste no acúmulo excessivo de líquido próximo à cicatriz cirúrgica, causando inflamação. Ocorre após alguns dias da cirurgia e pode demorar semanas para desaparecer totalmente.
O Seroma deve ser tratado, pois o acúmulo de líquido que não é removido, pode endurecer, formando um Seroma encapsulado. E é sobre esse assunto que vamos falar hoje.
O que é um Seroma encapsulado?
O Seroma encapsulado se desenvolve através de um Seroma que não foi tratado. Sua constituição na fase inicial do pós-operatório é liquida e ele pode ser removido por punção aspirativa. Mas, quando não diagnosticado ou tratado adequadamente, pode evoluir para formação de uma cápsula fibrosa ao seu redor, denominada Pseudobursa. Esta cápsula pode sofrer um processo de contração, determinando algumas saliências, e alterações no tecido sob a cicatriz. Evoluindo, em alguns casos, para uma deformidade sendo necessário uma intervenção cirúrgica corretiva.
Quando aparece?
O aparecimento de um Seroma pode correr durante as primeiras semanas de pós-operatório. Mas, um encapsulado pode aparecer após alguns meses, pois ele é consequência de um Seroma sem tratamento.
Seu surgimento é frequente em cirurgias plásticas que envolvem descolamentos maiores de tecidos, como as Abdominoplastias, principalmente as cirurgias realizadas em paciente pós-obesos, cirurgias de inclusão de próteses, expansores cutâneos, reparadoras e outras.
Sintomas
- Abaulamento local;
- Sensação de deslocamento de líquido na região operada;
- O Seroma encapsulado geralmente não solta líquido;
- Seromas cronicamente instalados podem aparentar uma tonalidade achocolatada na pele.
Tratamento
O Seroma, geralmente, é tratado através de punção e anti-inflamatórios. A punção consiste na aspiração do Seroma com uma seringa e agulha calibrosa para a retirada de todo o líquido.
Mas, para Seromas encapsulados o tratamento é outro. A ultrassonografia tem sido o método de escolha para um diagnóstico pós-cirúrgico. Pois, muitas vezes, ele pode ser confundido, durante a inspeção e palpação, com um processo de fibrose.
A aplicação de corticoide é um dos tratamentos mais conhecido para Seromas encapsulados. Porém, em alguns casos podem resultar em deformidades da cicatriz.
Um tratamento bastante inovador no mercado é através da ultracavitação. Que se baseia em um ultrassom de alta potência, os ultracavitadores são capazes de atingir a região a ser tratada de forma mais focalizada e efetiva.
A ultracavitação é um ultrassom capaz de realizar a formação de bolhas na zona intersticial do tecido conjuntivo que implodem provocando ondas de choque que ferem seletivamente as membranas dos adipócitos e libertam o gel armazenado. Como o ultracavitador se trata basicamente de um equipamento de ultrassom, seu efeito tixotropico é efetivo e pode gerar a mudança da estrutura gel para liquida, facilitando sua absorção.
Em alguns casos a retirada do Seroma encapsulado precisa ser através de procedimento cirúrgico.
Como prevenir?
- Realizar uma boa investigação clínica, através de exames pré-operatórios.
- Paciente e médico devem estar cientes desta possibilidade de disfunção naqueles pacientes que são submetidos a cirurgias com grandes descolamentos de tecido;
- O médico precisa evitar espaços mortos no fechamento do tecido celular subcutâneo;
- Usar drenos de aspiração contínua se houver algum tipo de secreção;
- Utilização de curativos compressivos e cintas modeladoras. O curativo é um dos itens de extrema importância, pois é feito para promover a aderência e cicatrização tecidual, prevenindo espaços para o acúmulo do Seroma.
Por fim, fique calma! Todas as pessoas que passarem por procedimentos cirúrgicos estão sujeitas a essa disfunção. Fique sempre atenta a sua cicatriz e qualquer anormalidade no local após a cirurgia. Quanto mais rápido for diagnóstico, mas fácil o tratamento.
Se você está passando por esse processo, procure um profissional especializado e ele lhe indicará a melhor forma de tratamento a ser seguida.