O resultado final de uma cirurgia plástica, seja ela facial ou corporal, é lindo. Mas para se chegar lá, no resultado esperado, pode-se levar muito tempo, dias, semanas e até meses.

Quando a comunicação entre a(o) paciente e o cirurgião é construída em conjunto, e não imposta por uma ou ambas as partes, há uma maior capacidade para suportar e vivenciar alguns desconfortos que fazem parte do processo de recuperação. Estamos falando aqui de clareza e confiança recíprocas.

Uma cirurgia plástica, para muitos homens e mulheres é a realização de um sonho e depositam a essa intervenção, toda expectativa de mudança e melhoria de vida.

O fator “ansiedade” é uma característica marcante do pós-operatório, quando, por exemplo, a(o) paciente acorda depois do procedimento e se vê com curativos, cintas e pontos, ou pelo medo da dor no dia da retirada das suturas, ou, então, na primeira vez em que se olha no espelho e vê algo que ainda não é o resultado almejado (tampões, hematomas, sangue).

O acompanhamento psicológico no pós-operatório ajuda a desenvolver a capacidade de ter paciência e de suportar as sensações e emoções desconfortáveis e pode ajudar a prevenir algumas sabotagens inconscientes.

Como afirmamos, a cirurgia plástica pode ser a realização de um sonho, mas, tanta confiança depositada na esperança de que uma mudança física solucione problemas emocionais pode ser preocupante.

O acompanhamento psicológico faz um trabalho com a autoestima do paciente (pós cirurgia) e é indicado para manutenção dos resultados pós-operatórios. Às vezes, a(o) paciente tem dificuldades para alcançar ou manter o resultado desejado e isso pode ter a ver com fatores psicológicos, como ansiedade e baixa autoestima.

Mudanças no corpo estão diretamente ligadas a mudanças na mente. Existem vários aspectos da personalidade que influenciam na percepção dos resultados obtidos com uma cirurgia plástica. Na maior parte dos casos, as expectativas e os desejos interferem bastante em como a(o) paciente recebe esses resultados. Por isso, a avaliação e o acompanhamento psicológico depois da cirurgia plástica têm o objetivo de auxiliar nas dificuldades que podem aparecer após o tratamento, reduzindo o grau de ansiedade e ajudando a(o) paciente a alcançar uma boa autoestima.

Depois da cirurgia, você não se transforma em outra pessoa

Muitas pessoas acreditam que, depois do procedimento, todos os problemas particulares serão resolvidos e que o resultado será imediato. Isso não é verdade!

A vida continua, os problemas continuam, as dúvidas, as relações, os sentimentos… O acompanhamento psicológico depois da cirurgia plástica incentiva a(o) paciente a perceber que deve focar na sua recuperação, seguindo todas as recomendações médicas ao pé da letra, e com “muita” paciência, mesmo que seja preciso esperar um certo tempo para ver o resultado desejado.

Algumas vezes, é necessário que esse acompanhamento inicie ainda antes da cirurgia, e, claro, pessoas bem resolvidas emocionalmente não necessitarão desta indicação.

Mas é importante esclarecer que a psicologia ajuda no tratamento, no sentido de avaliar o grau de ansiedade da(o) paciente e as razões pelas quais deseja se submeter ao procedimento.

O simples fato de a(o) paciente poder conversar com alguém especializado sobre suas demandas emocionais faz do atendimento psicológico um recurso interessante para a aquisição de maior tranquilidade e confiança.