No universo da cirurgia plástica, algumas coisas podem surpreender, e uma pessoa “aparentemente magra” ter que emagrecer para fazer uma cirurgia plástica, pode ser uma dessas coisas.
Você, de imediato, pode até não entender certos porquês, por isso, uma boa conversa do cirurgião plástico com o paciente, é tão importante.
É errado pensar que qualquer pessoa magra pode fazer lipo ou qualquer pessoa acima do peso tem indicação para lipoaspiração e abdominoplastia.
É preciso avaliar cada paciente: biótipo, IMC, a elasticidade da pele, seu histórico de doenças até se chegar a melhor conduta cirúrgica, de forma a não haver prejuízo estético tão pouco danos à saúde do paciente.
O padrão de distribuição de gordura no nosso organismo varia de pessoa pra pessoa – algumas acumulam maior volume de gordura subcutânea, outros, acumulam mais gordura na região intra abdominal, que é a gordura visceral. Isso ocorre por motivos hormonais, maus hábitos alimentares e/ou falta de atividade física.
É importante entender a diferença:
A gordura subcutânea, aquela retirada em uma lipo aspiração, é diferente da gordura visceral, pois está localizada logo abaixo da camada mais externa da pele.
A gordura visceral fica por trás da parede abdominal e os órgãos que rodeia, no interior da cavidade peritoneal. A gordura visceral afeta negativamente a saúde, aumentando a inflamação nos órgãos.
Essa gordura visceral (dentro na cavidade abdominal), quando excessiva, pode aumentar o risco cirúrgico e prejudicar o resultado estético. Por isso, ter o peso ideal para fazer uma cirurgia plástica de lipoaspiração e/ou abdominoplastia é tão importante, e seu cirurgião lhe solicitar emagrecimento, siga a risca, desta forma terá resultados mais satisfatórios.
Por questões de saúde, é importante que ao detectar gordura visceral em excesso (seja depositada no fígado, nos vasos que nutrem o intestino e demais órgãos) mudanças de hábito sejam adotadas para evitar a perda de saúde e qualidade de vida.
Durante a cirurgia de abdominoplastia, na maioria dos casos, ocorre a aproximação da musculatura para correção da diástase (afastamento dos músculos), e quando a gordura visceral é demasiada o médico não consegue realizar a plicatura com eficiência e qualidade necessária, resultando alguns prejuízos:
- Do ponto de vista estético – o paciente pode ficar com estômago alto.
- Do ponto de vista de saúde – pode aumentar muito a pressão no interior do abdome eu gerar uma pressão sobre as vísceras e sobre os vasos sanguíneos que trazem o sangue da perna.
Então, por questões de segurança e qualidade estética, se for identificado um padrão de distribuição da gordura mais visceral, poderá haver necessidade de perda de peso.
A lipoaspiração possui algumas regras de segurança:
- Lipar até 7% do peso corporal.
- Não manipular mais de 40% da superfície corporal da paciente no mesmo ato cirúrgico.
E ainda… O IMC, unicamente, não é um critério seguro e eficaz para afirmarmos que o paciente é candidato ou não para a abdominoplastia. O IMC apenas relaciona a altura com peso, não qualifica a distribuição da gordura, se ela está predominante no subcutâneo, no intra-abdominal, ou no visceral.
Então, cada paciente precisa ser analisado, avaliado clinicamente e depois disso o médico informa se há indicação cirúrgica, se há a necessidade de exames mais específicos e qual procedimento irá melhor beneficiar o paciente.