No último 31 de maio campanhas divulgaram o Dia Mundial Sem Tabaco – o cigarro é responsável por 1 em cada 10 mortes no mundo. No passado as campanhas de marketing diziam que ele significava empoderamento, liberdade e elegância, mas, graças a campanhas de parceiros públicos e privados, hoje, sabe-se que o tabaco é extremamente prejudicial à saúde pois causa danos irreversíveis aos pulmões e demais órgãos.
A obesidade abdominal em adolescentes de 15 a 17 anos é mais frequente entre os fumantes do que entre os não fumantes. A obesidade abdominal (circunferência de cintura elevada) é um indicativo de acumulação de gordura nessa região e representa um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares, câncer e diabetes.
Essa é uma das conclusões do estudo Avaliando a relação entre tabagismo e obesidade abdominal em uma pesquisa nacional entre adolescentes no Brasil, realizado por pesquisadores do INCA, da Universidade Johns Hopkins (EUA) e da Fiocruz, e publicado este ano pela revista científica Preventive Medicine. A pesquisa foi apresentada ao público geral como parte da celebração do Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio), na sede do INCA, no Rio de Janeiro, quarta-feira. Também foi lançada a campanha “Tabagismo e doenças cardiovasculares”, seguida de debate sobre o tema.
O estudo mostra que a circunferência abdominal em meninos que fumam é 131% maior do que entre os não fumantes. Entre as meninas, os dados são parecidos: a circunferência abdominal é 57% maior entres as adolescentes que fumam, em comparação às não fumantes. Isso quebra a ideia popular de que fumar proporciona “ganhos estéticos”.
Mais: apenas 3,1% dos meninos não fumantes consomem uma ou mais doses de álcool diariamente, contra 28,9% dos que fumam a partir de um cigarro por dia, em média. Entre as meninas, 31,2% das fumantes consomem uma ou mais doses de bebidas alcóolicas, em média, por dia.
No Brasil, estima-se que cerca de 100 mil adolescentes fumem, diariamente, um ou mais cigarros, e isso num País em que vender cigarro e bebidas para menores de idade é proibido por lei.
Os pesquisadores utilizaram dados do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica), pesquisa nacional feita em 2013 e 2014 entre estudantes brasileiros de escolas públicas e privadas, coordenada pelo Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Eles analisaram informações de 21.671 rapazes e 17.142 moças de 15 a 17 anos e observaram a relação entre o tabagismo e a presença de outras características e comportamentos de risco à saúde.
Pesquisas anteriores em adultos também encontraram associação entre o fumo e a circunferência da cintura elevada. Essas pesquisas sugerem que uma possível explicação para o fato seria que a nicotina (substância do tabaco que causa a dependência) aumenta a resistência insulínica, que, por sua vez, está relacionada ao depósito de gordura na região abdominal. Essa pode ser uma explicação para o resultado do estudo apresentado, mas a relação de causalidade entre o tabagismo e a obesidade abdominal em adolescentes ainda precisa ser mais investigada por pesquisas específicas.
Cigarro e Cirurgia plástica não combinam!!!
É importante salientar que fumantes podem sim fazer cirurgia plástica de qualquer abordagem. Fumar não é um hábito saudável, mas não é um empecilho, porém exige alguns cuidados por quem busca uma intervenção cirúrgica.
Uma das solicitações médicas é a suspensão dos cigarros por um determinado tempo, antes e depois do procedimento. Esse período sem cigarro para o organismo desintoxicar e fortalecer antes da cirurgia plástica é essencial para quem busca por uma recuperação tranquila e resultados favoráveis.
O principal problema está na nicotina, que é a responsável pela contração dos vasos sanguíneos. A toxina dificulta a irrigação do sangue até a pele, comprometendo a cicatrização e aumentando as chances de necrose, ou seja, a morte do tecido.
Fonte: INCA